quinta-feira, junho 08, 2006
Grupo D - Angola
País:
Habitantes: 14.1 milhões
Superfície: 1.246.700 km2
Idioma: Português
Capital: Luanda
Selecção
Presenças no Mundial: 0 (Estreante)
Federação
Site: www.fafutebol.com
Ano de Fundação: 1979
Títulos: 3 Taças COSAFA
Melhor Marcador: Akwá (desde 1995) 33 golos em 68 jogos
O mais utilizado: Jamba Asha (12)
Equipamentos:
A equipa-tipo / Táctica:
3x5x2
Oliveira Gonçalves é fiel ao 4x4x2 mas vê-se “obrigado” a alterar o esquema para fortalecer a defesa, o sector mais pobre da equipa.
Qualificação para o Mundial:
A presença da selecção angolana de futebol no Mundial deste ano, na Alemanha, começou a ser traçada em 2003, quando, em Ndjamena, perdeu (1-3) frente aos tchadianos, na primeira mão da fase preliminar rumo ao histórico evento da FIFA.
A 12 de Outubro de 2003, Angola pouco acreditava na reviravolta dos Palancas Negras, sob comando técnico do brasileiro Ismael Kurtz, que viria a ser despedido, face a pressão do público e da imprensa, por causa dos riscos que se corriam caso continuasse.
Deste modo, o golo de honra de Bruno Mauro, apontado aos 63 minutos, na capital tchadiana, voltou a ser importante, no encontro da segunda mão, no estádio da Cidadela, a 16 de Novembro de 2003.
Já sob liderança técnica de Oliveira Gonçalves, os angolanos superaram (2-0) o seu adversário e conseguiram entrar para a fase de grupos, graças aos tentos do "capitão" Akwá (32 min.) e novamente Bruno Mauro (61).
Emparceirada no grupo-4, com a poderosa Nigéria, Angola iniciava o que poucos acreditavam: a caminhada rumo ao Alemanha2006. Para isso, era necessário manter o seleccionador angolano, uma aposta bem sucedida da Federação Angolana de Futebol (FAF).
Assim, o técnico campeão africano de juniores e seus pupilos impuseram na ronda inaugural, em Annaba, no dia 05 de Junho de 2004, um empate (0-0) frente à Argélia, e na seguinte bateram (1-0), na Cidadela (20 de Junho de 2004), a favorita Nigéria, com golo solitário de Akwá, a cinco minutos do fim.
Com esse resultado, os angolanos passaram a acreditar mais que seria possível derrotar qualquer equipa africana e o "capitão" dos Palancas Negras conquistou a simpatia do público. Na deslocação a Libreville, a 03 de Julho de 2004, Akwá e Marco Paulo foram os responsáveis do empate (2-2) diante dos gaboneses, na terceira jornada.
Começava a desenhar-se uma postura até então desconhecida dos pupilos de Oliveira Gonçalves: vencer os jogos em casa e pontuar fora. Essa tendência confirmou-se com a recepção, a 05 de Setembro de 2004, da similar do Rwanda (1-0). Nesse encontro, Freddy, um dos ausentes da operação Alemanha2006, assinou o tento da vitória, aos 51 minutos.
Nessa altura, a liderança do grupo 4 era disputada e intercalada pelas formações de Angola, Nigéria e Zimbabwe, mas o triunfo dos angolanos, a 10 de Outubro de 2004, sobre os zimbabweanos, com golo de Flávio Amado (52 min), isolou-os no topo.
Com essa postura 100 por cento vitoriosa em Luanda, os Palancas deixaram de ser simples "animadores", como prognosticavam analistas desportivos do continente, e passaram a ser temidos. Porém, averbaram a sua primeira derrota nesta fase de grupos, em Harare, frente ao Zimbabwe (2-0), no dia 27 de Março, para a alegria das Super Águias nigerianas.
Na segunda volta das qualificativas, enquanto os nigerianos perdiam os primeiros pontos em Kigali, diante dos rwandeses (1-1), a 05 de Junho de 2005, na mesma data os angolanos suplantaram os argelinos, em Luanda, por 2-1, com Flávo (48) e Akwá (57`) em evidência.
Depois disso, esperava-se pelo "grande" jogo entre Super Águias e Palancas Negras, em Kano, a 18 de Junho de 2005. Mas a "desforra" nigeriana, iniciada aos cinco minutos, durou pouco, pois Figueiredo (60), "calou" os cerca de 70 mil adeptos, que ainda saboreavam o tento da sua estrela Okocha.
A Nigéria chorava o "desperdício" e preparava-se para o fracasso, enquanto os níveis de confiança do "onze" nacional aumentavam e mais do que nunca estavam mais próximos do até então inimaginável apuramento ao Mundial de 2006, após seis tentativas frustradas.
As duas últimas jornadas aguardavam-se com muita expectativa, pois iriam determinar o vencedor do grupo e questionava-se ainda a persistência dos "out-siders" angolanos, ante nigerianos e argelinos - ambos com experiência mundialista, mas que viam seus designios anulados.
O Gabão, assustado, foi incapaz de amendrontar a fúria avassaladora dos Palancas Negras, na Cidadela, terminou "demolido" (3-0), em 04 de Setembro de 2005, com golos de René Akone, na própria baliza, aos 22 minutos, Pedro Mantorras (42) e Zé Kalanga, aos 89.
A presença na Copa do Mundo foi confirmada a 08 de Outubro, em Kigali, frente ao Rwanda, através de Akwá, aos 79 minutos, pondo em lágrimas a poderosa Nigéria, vitoriosa na despedida diante do Zimbabwe, em Lagos, 5-1.
Guarda-redes: João Ricardo (sem clube), Lamá (Petro Luanda) e Mário (Inter Luanda).
Defesas: Locó (1º de Agosto), Delgado (Petro Luanda), Marco Airosa (Barreirense, Por), Jamba (ASA), Lebo Lebo (Petro Luanda), Rui Marques (Leeds, Ing), Marco Abreu (Portimonense, Por) e Kali (Barreirense, Por).
Médios: Mendonça (Varzim, Por), Figueiredo (Varzim, Por), Edson (P. Ferreira, Por), Miloy (Inter Luanda), Zé Kalanga (Petro Luanda) e André Makanga (Kuwait F.C., Kuw).
Avançados: Akwá (sem clube), Flávio Amado (Al Ahly, Egi), Pedro Mantorras (Benfica, Por), Love Kabungula (ASA), Titi Buengo (Clermont, Fra) e Mateus (Gil Vicente, Por).
Treinador: Oliveira Gonçalves, mais conhecido pelo “Mestre Angolano” ou “Milagreiro”
Idade: 45 (22/06/60)
Entrada na selecção: Outubro’2003
Admirador do português Artur Jorge, sucedeu ao brasileiro Ismael Kurtz, depois da escandalosa derrota no Chade (3-1) na 1ª mão da pré – eliminatória da zona africana para o Mundial’2006. Campeão africano Sub-20 no dia das mentiras em 2001 (2-0 ao Gana), com Mantorras entre os convocados, levou a selecção ao Mundial da categoria na Argentina, no mesmo ano – só caiu nos “oitavos”, aos pés da Holanda. Contrariando o ditado “santos da casa não fazem milagres”, Oliveira Gonçalves ou o Mestre, que entrou para os quadros da federação angolana em 1992, deu a primeira alegria ao país logo na sua estreia: 2-0 ao Chade e qualificação para a segunda ronda. Aí, eliminou a favorita Nigéria na última jornada. Em Janeiro, nem o afastamento prematuro na fase de grupos na Taça Africana das Nações esmoreceu o apoio do povo angolano, que o quer a título vitalício à frente da selecção. Pudera!
O avançado Akwá , que se encontra actualmente sem clube, é a grande referência da selecção. Além de ostentar a braçadeira de capitão, o ex-jogador do Qatar apontou 5 golos na qualificação, 2 deles decisivos nas vitórias sobre Nigéria e Ruanda, garantindo assim um lugar na história do futebol angolano. Com bom toque de bola e oportuno dentro da área, passou por vários clubes portugueses (Benfica, Alverca e Académica), onde nunca se impôs, antes de embarcar na aventura para o Qatar.
Em guerra durante mais de três décadas (1961-1994) e que nem parou com a independência em 1975, devido à intensa rivalidade dos três movimentos de libertação (FNLA, MPLA, UNITA) , os angolanos viraram a página da tragédia e escreveram uma outra de esforço, devoção e glória.; altura em que os Palancas Negras derrubaram uma barreira psicológica há muito enraizada e assim, asseguraram a inédita presença no Mundial. Penso que a selecção angolana é uma equipa coesa e disciplinada, e vai tentar fazer um bom espectáculo no Mundial onde, por vezes, as equipas mais fracas conseguem surpreender: Independentemente de passarem na 1ª fase de grupos, o objectivo é tentar com que a equipa ganhe alguma experiência no campeonato, procurar equilibrar e complicar todos os adversários, mesmo com a experiência que carregam neste mundo de futebol e também dar um apoio maciço ao seu povo, ao seu país, fazendo-o feliz e orgulhoso. Uma coisa é certa, Angola já está apurada no Mundial… e tudo o que vier a seguir será uma agradável surpresa.
Números:
62 – Lugar no ranking da FIFA – é o pior africano do Mundial;
3 – Títulos oficiais, ambos Taça Cosafa (1999, 2001 e 2004).
Curiosidades:
Entre os 23 jogadores eleitos por Oliveira Gonçalves para a primeira participação de Angola na fase final de um Mundial, oito jogam em Portugal: Kali, Marco Abreu, Marco Airosa, Edson Figueiredo, Mendonça, Mantorras e Mateus.
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