A PROVA DOS "NOVOS"
Muitas foram as vezes, enquanto miudo, que ao entrar no "velhinho" estádio de Alvalade, ao olhar para o rectângulo verde, pensei o quanto era belo ver um tapete natural tão bem protegido e tratado.
E por esse país fora foram muitos os estádios (ou campos, chamem-lhe o que quiserem) onde entrei e pude apreciar a beleza de um relvado natural. E tudo porque era raro encontra-los.
Simplesmente porque a sua manutenção era cara e os clubes pequenos, das Divisões inferiores ou Distritais, não tinham o dinheiro necessário para a sua manutenção. Numa época inteira jogavam-se 100% dos jogos em pelados de péssima qualidade onde nem podiamos pensar em cair, porque por vezes o hospital era longe e nem tinhamos ambulância de prevenção.
Hoje, ao passear por esses mesmos estádios vejo uma revolução que há uns anos julgava impossível de acontecer. Falo do aparecimento dos relvados sintéticos. Sei que não é novidade e já existem há alguns anos.
Já assisti a muitos jogos nesses relvados, mas só este ano é que me apercebi que, além de terem quase extinto os pelados (e ainda bem) são uma séria ameaça àquele rectângulo que eu tanto apreciava enquanto pequeno.
Os custos de colocação são elevados, é certo. Mas o seu aproveitamento racional torna-o muito rentável. Pode ser usado constantemente, sem precisar de repousar, com bom ou mau tempo (apesar de ficar tipo piscina com chuva intensa, pois não há absorção. Para quem não sabe por baixo do tapete está uma camada de alcatrão.).
E, o melhor de tudo, apela aos jovens para a prática do futebol. Não tenho dúvidas, os pelados afastavam os praticantes. Só quem gostava muito de jogar é que aguentava praticar em condições tão más.
Mas, para se juntar o útil ao agradável, e como eu já disse, é muito rentável pois tornou-se um negócio extraordinário. Se cada vez há mais praticantes e cada vez há melhores condições, os clubes ao cobrarem uma mensalidade garatem a melhoria dessas mesmas condições. E os jovens já não se importam de jogar no clube perto de casa, em vez de querem começar logo pelo Sporting, Benfica ou Porto (por exemplo), porque é nesse clube perto de casa que jogam os amigos, os colegas de escola, etc.
É por este motivo que vejo os campos medonhos de antigamente tornarem-se em campos extraordinários, alguns lindíssimos, com condições fantásticas tanto para atletas como pais, pois aliadas á construção de relvados sintéticos e remodelação de balneários (quando não são totalmente novos) estão bancadas cobertas.
E a UEFA também já percebeu que os relvados sintéticos são o futuro. O Mundial de Sub-17 no Perú foi jogado nesses pisos.
Vou ter saudades dos relvados naturais, mas também não tenho dúvidas de que os sintéticos são o futuro e que o futebol só tem a ganhar com a sua inclusão no mundo profissional e sua consequente utilização.
Por isso, cuidado Relvados Naturais, vêm aí os Sintéticos.
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