terça-feira, março 07, 2006

Vitória Sport Clube 4 vs Vitória Futebol Clube 0


Após uma longa ausência, por motivos pessoais e profissionais, regresso uma vez mais à escrita, para falar de um jogo de futebol que pode de logo intitular-se como um Clássico do Futebol Português.

Um Vitória Sport Clube versus Vitória Futebol Clube, ou seja um duelo de “ Vitórias “, dois clubes Sui Generis, com duas massas associativas muito adeptas e ferrenhas, mas acima de tudo muito ligadas ao clube e á sua cidade.

Este jogo reunia várias curiosidades e vários aliciantes, sendo um deles a ausência de pressão no Vitória Sadino, pela obtenção dos 39 pontos que garantem praticamente a permanência nesta Liga Betadine e o que ainda poderão fazer os comandados de Hélio Sousa, do lado do Vitória Vimaranense a continuação da senda dos bons resultados e a perspectiva da fuga aos lugares de descida, rumo à desejada manutenção.

Apresentado este cenário e perante uma enorme moldura humana, já costume no estádio D. Afonso Henriques, ainda para mais uma Sexta Feira, mais de 15000 pessoas, sem contabilizar as mais de 2500 mulheres que entraram de borla, uma medida da Direcção do VSC por ocasião do Dia da Mulher e que mais embelezou o ambiente.

Passada a apresentação e para melhor interpretação de quem lê, vou cometer uma heresia, até para evitar a profusão de Vitórias e comentários dos puristas, irei doravante chamar Setúbal e Guimarães ás duas equipas.

Perante um ambiente festivo e de natural expectativa até pela boa sequência de resultados, Vítor Pontes não desiludiu os seus adeptos, apenas trocou Moreno pelo Capitão Cléber no eixo da defesa e manteve os restantes elementos, com o GR Nilson, 2 DC Geromel e Cléber, DE Paíto; 2 MD Otacìlio e Flávio Meireles, 3 MO Neca, Wesley e Benachour e 1 PL Saganowsky que viria a ser o MVP do jogo com 3 golos e estaria no outro ao sofrer a grande penalidade convertida por Cléber.

Perante um Setúbal apático, nada empenhado e a jogar sobretudo na expectativa, os adeptos de Guimarães não tiveram de esperar muito para festejar o 1º golo, logo aos 2 minutos Neca lança Paíto na esquerda, que recebe e cruza certeiro para a área, onde aparece Saganowski a facturar, melhor começo não se poderia desejar.

Passada a pressão inicial e com um golo de vantagem, o Guimarães controlou totalmente o jogo, parecendo querer sentenciar o encontro bastante cedo, sempre embalados pelo excelente ambiente e pela enorme sintonia entre adeptos e equipa, pelo que não estranhou que no minuto 31, na marcação de um canto curto, de jogada estudada, Neca passa para Wesley, que cruza com conta peso e medida para a cabeça de Saganowski, que desvia para o fundo das redes do GR Sadino. Estava feito o 2º golo e o ambiente em Guimarães era de pura alegria, era um sacudir de emoções que desde o jogo com o Belenenses, têm sido positivas.

Até final da 1ª parte, continuou a pressão alta dos Vitorianos de Guimarães e a estranha apatia dos Vitorianos de Setúbal, que resignados perante o resultado e a sua exibição, apenas só davam ares da sua graça de bola parada.

A 2ª parte não trouxe alterações, mas trouxe mais 2 golos e novas emoções e mais espectáculo, começando logo ao minuto 46, quando Saganowski é travado em falta por Auri e é assinalada grande penalidade, o estádio em pé pedia o hattrick de Sagan, mas perante a sua recusa (Cléber é quem marca as grandes penalidades do VSC, mesmo assim cedeu a Sagan a sua marcação), o capitão converteu fazendo o 3-0, foi num misto de resignação e de alegria que os adeptos do VSC se manifestaram por este resultado que se adivinhava já robusto e com prenúncios de goleada, atendendo à má época que vimos fazendo era um autêntico arrasa corações.

A partir daqui começa o recital de um mau árbitro de futebol, compreendo que por questões de descentralização se promovam árbitros de Associações de Futebol como as de Portalegre, mas não existe lá melhor árbitro?

Este Paulo Batista é mau demais no capitulo disciplinar e péssimo no capítulo técnico, errou vezes sem conta no critério da Lei da Vantagem, nas faltas, assinalando vezes sem conta ao contrário, sem falar no facto de se notar que estava mal fisicamente pois acompanhava os lances de longe, não sendo de admirar o recital de cartões que em apenas 20 minutos presenteou ás 2 equipas num jogo que até aí estava a decorrer sem problemas de maior, pelo que se compreende aquela monumental assobiadela de quase 5 minutos.

Mas o melhor estava mesmo para vir, numa magistral jogada feita pelos 2 mais talentosos jogadores do VSC, Benachour recebe a bola no meio campo, faz um passe para a esquerda a rasgar a defensiva Sadina, onde aparece Saganowski a controlar a bola, a entrar na área e à saída de Rubinho, a fazer um magistral chapéu certeiro que só parou no fundo das redes, era o 4-0 e o seu hattrick, o estádio praticamente abanava com todos eufóricos e em deliciados perante o magnifico espectáculo dado pela Estrela polaca, que representa nada mais nada menos que 50% dos golos obtidos pela equipa esta época. Pelo que na sua substituição foi saudado com vénias por todo o estádio, num ambiente verdadeiramente fenomenal e de verdadeira alegria, isto é que me faz gostar cada vez mais deste jogo.

Terminado o jogo e numa análise fria, pouco ou nada mudamos na tabela classificativa com este resultado, mas a verdade é que encurtamos os pontos para o até à muito pouco tempo inatingível 8º Lugar, que agora dista apenas 5 pontos.

O Fervor da nossa massa associativa e a Equipa que Vítor Pontes tem vindo a construir, bem como as últimas exibições, dão para perceber que muito dificilmente voltaremos a estar em lugares aflitivos e iremos terminar em lugares condizentes ainda assim com os nossos pergaminhos.

Dependemos apenas de nós e os próximos jogos serão extremamente decisivos (Paços de Ferreira (fora), Académica (casa) e Gil Vicente (fora)) antes da recepção ao Sporting. Tendo pelo meio a visita à Luz, para a Taça de Portugal, uma das metas que pretendemos também ultrapassar.

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