Olá!
Ontem tivemos o jogo do título.
Ao FC Porto uma vitória selava um campeonato, ao Sporting CP um empate adiava a decisão e uma vitória poderia ser o início de uma época mágica, pois recuperar da forma como o fizeram e acabarem campeões, seria realmente mágico.
Mais 1 vez fui ouvindo que se esperava muitos golos e muito ataque. Mais 1 vez discordei.
O Sporting teria que jogar para ganhar, sem arriscar demasiado porque uma derrota afastaria o clube do leão do campeonato, por outro lado, o FC Porto poderia actuar de forma cautelosa e “matreira” pois até o empate servia.
Foi um duelo táctico interessantíssimo, e ao contrário do jogo da taça, tivemos um vencedor nos bancos.
Analisemos tacticamente o jogo.
As equipas actuaram nos seguintes esquemas tácticos:
Sporting CP
Paulo Bento, como vem sendo hábito não apostou em nenhuma surpresa. O mesmo esquema, a mesma dinâmica e estranhamente a mesma filosofia.
Talvez acreditando no erro do Porto, o Sporting jogou pragmático e á procura do erro adversário, num jogo em que teria e deveria assumir as “despesas” do jogo, e não o fez.
Assim, uma defesa de 4, com Abel a titular (ao contrário do que se verificou no duelo entre estas 2 equipas na taça), depois Custodio como pivot defensivo, Carlos Martins, Moutinho e Sá Pinto no meio campo, jogando o capitão do Sporting como centro campista mais declaradamente ofensivo, e na frente os “sempre mexidos” Liedson e Deivid.
Paulo Bento apostou num 4-4-2 em losango, muito pragmático e a “jogar no erro adversário”.
FC Porto
Adriaanse, como era esperado, abdicou ,mais uma vez, (no derby entre estas 2 equipas…) do 3-3-4, reforçando o meio campo com mais uma unidade.
Assim, sem surpresas uma defesa composta por 3, P Assuncao como pivot, Lucho e Raul Meireles como médios interiores e Jorginho como vértice ofensivo. Na frente, Quaresma á esquerda, Benni como ponta de lança declarado e Lisandro mais á direita.
Um onze realista mas ofensivo.
Adriaanse apostou num 3-4-3, de ataque..mas sempre com marcações zonais muito fortes no meio campo.
Dinâmicas e encaixes tácticos:
No duelo defesa portista versus ataque leonino, ao contrário do confronto na taça, Adriaanse jogou com Pepe mais ao centro e P Emanuel mais á esquerda, o que provocou mais agressividade no centro da defesa e menos oportunidades para os avançados leoninos receberem a bola.
Deivid e Liedson, actuaram muito móveis com constantes movimentações para as alas..para assim fugirem ás marcações.
No entanto, o Porto respondeu com os habituais 3 defesas (Bosingwa, Pepe, e P Emanuel), jogadores esses, que actuaram numa defesa á zona e sempre na tentativa de antecipação.
No centro do terreno, mais uma vez se notou um encaixe tal, que ambos os meios campos se foram anulando constantemente.
O Sporting actuou com Custódio a policiar o vértice ofensivo do Porto Jorginho, Carlos Martins como interior esquerdo sem grandes hipóteses no duelo com o interior direito Portista Lucho, que conseguiu muitíssimas recuperações de bola.
Do lado oposto J Moutinho e R Meireles anularam-se e poucas vezes apareceram no jogo.
Por fim, Sá Pinto como jogador mais adiantado do meio campo, foi “vagueando” sempre na tentativa de aparecer nas costas dos pontas de lança ou até em movimentações pelo meio, aproveitando o arrastamento dos defesas portistas pelos avançados leoninos, no entanto P Assunção ,o pivot do Porto, concedeu-lhe poucos espaços. A expulsão de Sá Pinto facilitou a tarefa a Assunção.
Por fim, no duelo defensiva leonina, ataque Portista, Adriaanse fez actuar Quaresma pela esquerda. Abel foi um lateral atento mas nem sempre eficaz a travar a “magia” do cigano.
No centro da defesa Tonel e Polga estiveram impecáveis a marcar Benni. Do lado direito apareceu Lisandro, muito devido á capacidade de luta e devido também á facilidade com que o Argentino fecha o meio campo…quando necessário. No entanto, “Licha” não teve um jogo feliz e foi facilmente anulado por Caneira, no que toca a jogo ofensivo.
De notar ainda, que na 2ª parte Adriaanse para confundir as marcações leoninas fez aparecer Lisandro mais no centro, quase a “invocar” o 3-3-4, com Jorginho mais á direita, mas foi apenas por breves minutos.
Guerra dos bancos:
Com o jogo equilibrado, P Bento foi o primeiro a mexer tirando o amarelado (e em risco de expulsão) Carlos Martins, apostando na velocidade e virtuosismo de Nani. O esquema manteve-se. No entanto, a faixa esquerda ganhou outra dinâmica e profundidade que não foi ainda mais notória devido á expulsão de Sá Pinto, poucos momentos depois.
Aos 70m o apagado Deivid deu lugar a Douala. Esta substituição procurava maior velocidade ofensiva e sobretudo aproveitar a expulsão de Bosingwa e a menor velocidade de R Costa (que entrou para o seu lugar).
Por fim e já em desespero de causa, o Sporting, necessitado de vencer, coloca Koke no lugar de Abel tentando actuar apenas com 3 defesas, fazendo actuar Custódio um pouco á imagem de P Assunção, ou seja, um trinco com missões de central quando o Porto aparecia na frente de ataque, substituição essa que acabou por ser fatal.
Do lado do Porto, Adriaanse percebeu o nervosismo de Quaresma (o melhor do Porto até então), patente em lances duros e maldosos, e retirou-o do campo lançando Alan exactamente para o mesmo local.
Aos 69m, Lisandro ,até então muito apagado, foi substituído por Ricardo Costa, pois era necessário colmatar o “buraco” na defensiva portista derivado da expulsão de Bosingwa. R Costa foi completar a linha de 3 defesas, passando o Porto a actuar apenas com 2 avançados.
Foi pedida maior mobilidade aos mesmos, e foi pedido a Jorginho que começasse a aparecer mais perto dos dois avançados (onde até teve uma ocasião flagrante de golo).
Por fim, o fatigado Benni saiu dando lugar a um jogador fresco, Adriano, que acabou por ter o passe de “morte” para o golo.
Conclusão:
Num jogo em que empate e vitória serviriam ao Porto, exigia-se um Sporting a assumir o jogo e a jogar mais no risco.
No entanto, foi o Porto que entrou a assumir e a jogar ao ataque, cabendo ao Sporting aos poucos..equilibrar o jogo, mas sem nunca ter arriscado o suficiente.
O pragmatismo leonino tem dado excelentes resultados, no entanto, as características deste jogo exigiam um Sporting mais mandão e autoritário.
Por outro lado, o Porto poderia jogar em contenção para o empate, mas simplesmente recusou-se a faze-lo, assumindo o jogo… sem nunca “partir” a equipa ou perder a lucidez defensiva, mostrando claramente que os jogadores tinham ordens para resolver o campeonato já em Alvalade, mas sem perder noção da realidade. De louvar…mesmo sem termos assistido a uma grande exibição, por parte dos azuis e brancos.
Salienta-se ainda a montagem de maneira inteligente do 11 portista.
Neste duelo particular de técnicos, salienta-se ainda a clara vitória de Adriaanse na guerra dos bancos.
A coragem com que abdicou de Quaresma, evitando a expulsão do cigano, e a forma como foi lendo o jogo leonino e arriscando ,passo a passo, causou uma óptima impressão deste técnico aos olhos dos adeptos portistas.
Curiosamente o jogo fica sentenciado numa “jogada de bancos”, no momento em que P Bento arrisca o tudo por tudo numa defesa de 3 (não sei se de forma inteligente, pois um empate acalentava esperança para o resto do campeonato, mas uma derrota acabava com o sonho).
O Porto aproveitou bem e a falta de rotinas de Custódio na dupla função de trinco – defesa central, acabou por ser fatal…acabando por aparecer Jorginho (cuja marcação cabia a Custodio) isolado frente a Ricardo.
O Sporting perdeu no exacto momento em que tentou utilizar um esquema semelhante ao que Adriaanse aplica no Porto.
O Holândes do porto saiu vencedor, pois esteve irrepreensível e acabou por ser a peça chave na vitória do Porto.
Ao fim de vários anos de profissão, finalmente está a um pequeno passo de vencer um título…quem diria para alguém, que chegou a ser vítima de ameaças e agressões.
O Porto é praticamente campeão!
Ontem tivemos o jogo do título.
Ao FC Porto uma vitória selava um campeonato, ao Sporting CP um empate adiava a decisão e uma vitória poderia ser o início de uma época mágica, pois recuperar da forma como o fizeram e acabarem campeões, seria realmente mágico.
Mais 1 vez fui ouvindo que se esperava muitos golos e muito ataque. Mais 1 vez discordei.
O Sporting teria que jogar para ganhar, sem arriscar demasiado porque uma derrota afastaria o clube do leão do campeonato, por outro lado, o FC Porto poderia actuar de forma cautelosa e “matreira” pois até o empate servia.
Foi um duelo táctico interessantíssimo, e ao contrário do jogo da taça, tivemos um vencedor nos bancos.
Analisemos tacticamente o jogo.
As equipas actuaram nos seguintes esquemas tácticos:
Sporting CP
Paulo Bento, como vem sendo hábito não apostou em nenhuma surpresa. O mesmo esquema, a mesma dinâmica e estranhamente a mesma filosofia.
Talvez acreditando no erro do Porto, o Sporting jogou pragmático e á procura do erro adversário, num jogo em que teria e deveria assumir as “despesas” do jogo, e não o fez.
Assim, uma defesa de 4, com Abel a titular (ao contrário do que se verificou no duelo entre estas 2 equipas na taça), depois Custodio como pivot defensivo, Carlos Martins, Moutinho e Sá Pinto no meio campo, jogando o capitão do Sporting como centro campista mais declaradamente ofensivo, e na frente os “sempre mexidos” Liedson e Deivid.
Paulo Bento apostou num 4-4-2 em losango, muito pragmático e a “jogar no erro adversário”.
FC Porto
Adriaanse, como era esperado, abdicou ,mais uma vez, (no derby entre estas 2 equipas…) do 3-3-4, reforçando o meio campo com mais uma unidade.
Assim, sem surpresas uma defesa composta por 3, P Assuncao como pivot, Lucho e Raul Meireles como médios interiores e Jorginho como vértice ofensivo. Na frente, Quaresma á esquerda, Benni como ponta de lança declarado e Lisandro mais á direita.
Um onze realista mas ofensivo.
Adriaanse apostou num 3-4-3, de ataque..mas sempre com marcações zonais muito fortes no meio campo.
Dinâmicas e encaixes tácticos:
No duelo defesa portista versus ataque leonino, ao contrário do confronto na taça, Adriaanse jogou com Pepe mais ao centro e P Emanuel mais á esquerda, o que provocou mais agressividade no centro da defesa e menos oportunidades para os avançados leoninos receberem a bola.
Deivid e Liedson, actuaram muito móveis com constantes movimentações para as alas..para assim fugirem ás marcações.
No entanto, o Porto respondeu com os habituais 3 defesas (Bosingwa, Pepe, e P Emanuel), jogadores esses, que actuaram numa defesa á zona e sempre na tentativa de antecipação.
No centro do terreno, mais uma vez se notou um encaixe tal, que ambos os meios campos se foram anulando constantemente.
O Sporting actuou com Custódio a policiar o vértice ofensivo do Porto Jorginho, Carlos Martins como interior esquerdo sem grandes hipóteses no duelo com o interior direito Portista Lucho, que conseguiu muitíssimas recuperações de bola.
Do lado oposto J Moutinho e R Meireles anularam-se e poucas vezes apareceram no jogo.
Por fim, Sá Pinto como jogador mais adiantado do meio campo, foi “vagueando” sempre na tentativa de aparecer nas costas dos pontas de lança ou até em movimentações pelo meio, aproveitando o arrastamento dos defesas portistas pelos avançados leoninos, no entanto P Assunção ,o pivot do Porto, concedeu-lhe poucos espaços. A expulsão de Sá Pinto facilitou a tarefa a Assunção.
Por fim, no duelo defensiva leonina, ataque Portista, Adriaanse fez actuar Quaresma pela esquerda. Abel foi um lateral atento mas nem sempre eficaz a travar a “magia” do cigano.
No centro da defesa Tonel e Polga estiveram impecáveis a marcar Benni. Do lado direito apareceu Lisandro, muito devido á capacidade de luta e devido também á facilidade com que o Argentino fecha o meio campo…quando necessário. No entanto, “Licha” não teve um jogo feliz e foi facilmente anulado por Caneira, no que toca a jogo ofensivo.
De notar ainda, que na 2ª parte Adriaanse para confundir as marcações leoninas fez aparecer Lisandro mais no centro, quase a “invocar” o 3-3-4, com Jorginho mais á direita, mas foi apenas por breves minutos.
Guerra dos bancos:
Com o jogo equilibrado, P Bento foi o primeiro a mexer tirando o amarelado (e em risco de expulsão) Carlos Martins, apostando na velocidade e virtuosismo de Nani. O esquema manteve-se. No entanto, a faixa esquerda ganhou outra dinâmica e profundidade que não foi ainda mais notória devido á expulsão de Sá Pinto, poucos momentos depois.
Aos 70m o apagado Deivid deu lugar a Douala. Esta substituição procurava maior velocidade ofensiva e sobretudo aproveitar a expulsão de Bosingwa e a menor velocidade de R Costa (que entrou para o seu lugar).
Por fim e já em desespero de causa, o Sporting, necessitado de vencer, coloca Koke no lugar de Abel tentando actuar apenas com 3 defesas, fazendo actuar Custódio um pouco á imagem de P Assunção, ou seja, um trinco com missões de central quando o Porto aparecia na frente de ataque, substituição essa que acabou por ser fatal.
Do lado do Porto, Adriaanse percebeu o nervosismo de Quaresma (o melhor do Porto até então), patente em lances duros e maldosos, e retirou-o do campo lançando Alan exactamente para o mesmo local.
Aos 69m, Lisandro ,até então muito apagado, foi substituído por Ricardo Costa, pois era necessário colmatar o “buraco” na defensiva portista derivado da expulsão de Bosingwa. R Costa foi completar a linha de 3 defesas, passando o Porto a actuar apenas com 2 avançados.
Foi pedida maior mobilidade aos mesmos, e foi pedido a Jorginho que começasse a aparecer mais perto dos dois avançados (onde até teve uma ocasião flagrante de golo).
Por fim, o fatigado Benni saiu dando lugar a um jogador fresco, Adriano, que acabou por ter o passe de “morte” para o golo.
Conclusão:
Num jogo em que empate e vitória serviriam ao Porto, exigia-se um Sporting a assumir o jogo e a jogar mais no risco.
No entanto, foi o Porto que entrou a assumir e a jogar ao ataque, cabendo ao Sporting aos poucos..equilibrar o jogo, mas sem nunca ter arriscado o suficiente.
O pragmatismo leonino tem dado excelentes resultados, no entanto, as características deste jogo exigiam um Sporting mais mandão e autoritário.
Por outro lado, o Porto poderia jogar em contenção para o empate, mas simplesmente recusou-se a faze-lo, assumindo o jogo… sem nunca “partir” a equipa ou perder a lucidez defensiva, mostrando claramente que os jogadores tinham ordens para resolver o campeonato já em Alvalade, mas sem perder noção da realidade. De louvar…mesmo sem termos assistido a uma grande exibição, por parte dos azuis e brancos.
Salienta-se ainda a montagem de maneira inteligente do 11 portista.
Neste duelo particular de técnicos, salienta-se ainda a clara vitória de Adriaanse na guerra dos bancos.
A coragem com que abdicou de Quaresma, evitando a expulsão do cigano, e a forma como foi lendo o jogo leonino e arriscando ,passo a passo, causou uma óptima impressão deste técnico aos olhos dos adeptos portistas.
Curiosamente o jogo fica sentenciado numa “jogada de bancos”, no momento em que P Bento arrisca o tudo por tudo numa defesa de 3 (não sei se de forma inteligente, pois um empate acalentava esperança para o resto do campeonato, mas uma derrota acabava com o sonho).
O Porto aproveitou bem e a falta de rotinas de Custódio na dupla função de trinco – defesa central, acabou por ser fatal…acabando por aparecer Jorginho (cuja marcação cabia a Custodio) isolado frente a Ricardo.
O Sporting perdeu no exacto momento em que tentou utilizar um esquema semelhante ao que Adriaanse aplica no Porto.
O Holândes do porto saiu vencedor, pois esteve irrepreensível e acabou por ser a peça chave na vitória do Porto.
Ao fim de vários anos de profissão, finalmente está a um pequeno passo de vencer um título…quem diria para alguém, que chegou a ser vítima de ameaças e agressões.
O Porto é praticamente campeão!
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