sábado, abril 15, 2006

Não há lugares cativos, é tudo invenção de mentes insanas!!!

Para quem é de um clube grande não entende bem este tipo de situações ou não leva a sério, mas as declarações do presidente do Rio Ave são das melhores que já ouvi de um dirigente, ultimamente, e revejo-me nelas em grande parte.

Vêm estas declarações antes do Rio Ave – Académica e a propósito das declarações do pós-jogo da Briosa em Coimbra frente à Naval.

O Rio Ave não se conforma com o “papel de vítima“ assumido pela Académica após o jogo com a Naval, até porque os de Vila do Conde, também deixaram a Mata Real com razões de queixa da arbitragem.

Para quem acha ou diz que não há lugares cativos no nosso futebol e para quem desdenha e humilha, porque lhes convém, quem diz tais palavras, aí estão as soberbas declarações proferidas à imprensa e que passo a transcrever.

“A soma dos pontos é a única verdade que pode ser tida em conta. Onde está a isenção das pessoas que dizem que a Académica, Vit. Guimarães, Belenenses ou Marítimo não podem descer? Mas não podem porquê? Tira-se a bola de dentro da baliza quando os adversários marcarem ou mete-se lá dentro quando interessar? Expliquem-se. O futebol decide-se com 11 jogadores de cada lado e ninguém entra a ganhar por ter 5.000 adeptos contra 1.000 do outro clube. Digo somente que é uma pena qualquer clube descer.”

Paulo Carvalho lamenta ainda que “algumas pessoas clamem por isenção, mas depois indo a correr manter reuniões com os responsáveis pela arbitragem. Faz-me lembrar outros tempos, quando havia quem fosse a certos restaurantes tratar das arbitragens. Esse argumentos não podem ser preponderantes.”
E remata ironicamente com ”o árbitro deveria ser mais condescendente com a Académica pelas queixas anteriores, coitados deles.”

“Há quem tenha orçamentos e planteis inflacionados e lute todos os anos para não descer. Isso demonstra falta de competência . Quem foi responsável como nós, o Paços ou o Gil Vicente, agora passa por dificuldades.”

E agora as palavras de Rogério Gonçalves, treinador da Naval 1º Maio, sobre o jogo de Coimbra em que 3 jogadores da Académica e Nelo Vingada foram expulsos. “ As pessoas da Académica quiseram arranjar algum pretexto para fugir um pouco ao resultado. Quiseram inclusive fazer passar uma mensagem de que jogámos contra 8 jogadores, quando, na realidade, foram expulsos e bem, os 2 primeiros atletas da Académica.”

Ainda sobre o encontro disputado em Coimbra Rogério adiantou ”foi pena que houvesse tanto sururu, que não nos deu tempo para jogar. A partida terminou aí. Não tivemos sequer oportunidade de jogar contra a Académica em desvantagem numérica, porque foi criada tanta confusão que já não houve tempo de jogo a partir da segunda expulsão. É injusto desvalorizarem o trabalho que os meus jogadores fizeram. Não foi correcto.”

Agora umas questões à parte:

Quando o golo do Estrela foi validado, a semana passada em Barcelos, e que causou tanta polémica por supostamente a bola não ter entrado, essas pessoas/árbitros/dirigentes da arbitragem não estariam a beneficiar o Estrela e sim a prejudicar o Gil Vicente, o que indirectamente beneficia o Estrela, mas como podem ver e que eu sempre pugnei é que há de facto lugares cativos na Primeira Divisão e se o Gil tem ganho esse jogo, as contas complicavam-se ainda mais para o Vitória S.C., por exemplo, que cairia no 17º posto em troca com os Barcelenses.

Relembro que na última jornada o Belenenses vai a casa do Gil Vicente e se por essa altura os “Galos” já tiverem descido, primeiro: é menos um lugar em aberto para descer, segundo: pode ser que os jogadores não se esforcem tanto e o Belenenses consiga pontuar, e em terceiro: o árbitro desse jogo estará “mais descansado” para um ou outro lance que decida a partida.

Só relembrar o primeiro golo ontem do Belenenses e que foi de grande penalidade. A bola bate no peito/abdómen do jogador do Vit. Setúbal, conclusão: penalty.

Este é o futebol português que muitos teimam em não ver e que muitos teimam em fazer crer que não existe, mas que existe, existe.

ps: Na última jornada o Vitória recebe o Estrela Amadora, alguém acredita noutro resultado que não seja a vitória dos de Guimarães? Dê por onde der? Algum árbitro alguma vez iria apitar um jogo num campo daqueles e deixar que a equipa desça de divisão na última jornada em casa? Não há um árbitro com coragem de fazer uma arbitragem normal numa altura dessas, o receio de represálias de todos os lados é enorme, tanto de adeptos como de dirigentes, principalmente de dirigentes da arbitragem ou da Liga, pode inclusivé ter a sua integridade fisica ameaçada. O árbitro que não conseguir segurar o Vitória na última jornada está acabado para o futebol.

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