Esta semana fomos brindados com o designado “jogo do título”.
Mas, não foi só em Alvalade que assistimos a muita emoção, pois a luta pela despromoção aperta e vários duelos importantes foram disputados.
De qualquer das formas, na minha análise á semana futebolística vou manter a estrutura da semana anterior, falando mais em aspectos que me parecem relevantes e menos em resultados.
Começo pelos pontos negativos:
Quaresma
Quaresma é um jogador que particularmente aprecio. A sua qualidade técnica, a fantasia, a velocidade, fazem dele um dos jogadores mais difíceis de parar no 1 contra 1, em toda a Europa.
Ora, Quaresma era apontado como um dos “jokers” que poderiam decidir o clássico de sábado, e os adeptos Portistas depositavam parte da sua esperança num lance “mágico” do Harry Potter portugues.
Para além de tudo isto, salienta-se o facto de Quaresma estar num “sprint” final para ser ou não convocado para o Mundial, e que melhor jogo haveria para demonstrar a sua qualidade e suas potencialidades?
Pois é, mas Quaresma não correspondeu ás expectativas.
Quaresma cedeu á pressão de um jogo do título e apesar de estar a jogar relativamente bem, entrou nervoso e violento.
Ainda na 1ª parte viu um cartão amarelo por uma entrada dura e com o objectivo de acertar no adversário, atitude perfeitamente evitável e que o condicionou para o resto do jogo. No entanto, o jovem portista não se ficou por aqui. Na 2ª parte num lance aparentemente inofensivo, agrediu de forma irracional um adversário.
O arbitro não descortinou o lance e não marcou falta ou exibiu qualquer tipo de cartão, mas pensem se o tivesse feito…
Quaresma prejudicaria a equipa, num momento crucial e num jogo verdadeiramente importante para as aspirações do Porto ao título.
Como se não bastasse toda a irracionalidade dos gestos de Quaresma durante o jogo, amuou com o “castigo” que lhe foi aplicado, ou seja a substituição, e em palavras nem sempre perceptíveis insultou o treinador e nem o cumprimento de colegas e staff aceitou.
Atitudes nada dignas de um “génio da bola”, e num momento em que tudo está em jogo… campeonato e convocatória para o Mundial.
A ver vamos, se o “duro” Adriaanse se vai ficar pelo castigo de Alvalade…
Como 2º aspecto negativo, um assunto algo “cruel”.
É verdade que o Sporting efectuou uma recuperação notável. É não menos verdade que Paulo Bento e os jovens jogadores leoninos têm apresentado um trabalho notável quer a nível mental quer a nível de modelo de jogo.
O Sporting em poucos meses ergueu-se das cinzas, e acaba a disputar o título.
No entanto, analisando friamente os factos.. mais 1 vez o Sporting está numa “época do quase”.
Quase se apurou para a final da taça e quase foi campeão (embora ainda não seja um dado adquirido).
A época passada viveu exactamente a mesma situação, e a minha pergunta é: será acaso? Azar?
A sorte e o azar são cada vez menos, variáveis explicativas do rumo dos acontecimentos no Futebol. Pode-se ter sorte ou azar num jogo, mas num campeonato onde se exige regularidade, a sorte e o azar não explicam as conquistas ou os desaires.
Muito se pode especular acerca dos motivos que levam o Sporting a falhar nos momentos decisivos: juventude do plantel, nervosismo, falta de estofo para este tipo de pressão, etc. O que é certo é que falharam, e não me parece que isso tenha acontecido derivado da falta de sorte.
São já 4 épocas sem ganhar qualquer título, começa a ser alarmante.
Pontos Positivos:
O futebol Português usa e abusa da falta de fairplay e da agressividade. E atenção que não me refiro apenas a actos físicos.
Se é certo e sabido que os jogadores Portugueses são duros e pouco disciplinados, a violência verbal de treinadores e dirigentes é não menos nociva para o campeonato.
Como exemplo prático temos a forma dura e desleal como se disputou o Sporting - Porto dentro do relvado e a forma como Nelo Vingada (um dos maiores exemplos de simpatia, respeito e fair-play do Futebol Portugues) se dirigiu ao arbitro, com gestos agressivos e pouco respeitosos.
Independentemente do que se terá passado, nada explica todos estes actos que são uma constante nos jogos cá em Portugal.
E estarão vocês a pensar, o que terá isto tudo de positivo?
Numa altura em que o desrespeito está “enraizado” no nosso futebol e onde dirigentes, treinadores e jogadores.. acabam todos por seguir a mesma linha, parecendo existir um pacto entre eles, é de salutar quem diz basta!
Adriaanse, um Homem rotulado de disciplinador e insensível, mostrou no sábado uma filosofia diferente.
Depois de constatar a violência com que Quaresma estava a discutir os lances, decidiu retirar o jovem do campo, em parte para evitar a sua expulsão mas sobretudo como forma de “castigar” o jogador pelo comportamento anti-desportivo que foi tendo.
Adriaanse não terá pensado sequer nas consequências da substituição no caso do Porto perder, mas é nestas alturas que se vê a coragem dos grandes Homens.
Não pactuou com a agressividade e desrespeito e num sinal de ainda maior castigo nem cumprimentou o seu atleta, passando a mensagem que aquele tipo de comportamento não era aceite no clube!
Foi uma grande prova de ética e profissionalismo deste treinador.
E como se não bastasse, após a injusta expulsão de Bosingwa não se deixou levar pelas emoções, pedindo ao jogador expulso para acatar a decisão do árbitro e sair do campo.
Ao Adriaanse tiro o meu chapéu. Subiu muitos pontos na minha consideração.
2º ponto positivo vai para Paulo Bento.
Mais importante que um jogo quezilento e fechado, foram as palavras do treinador do Sporting que numa prova de seriedade e fair play, admitiu a superioridade Portista e a não interferência do arbitro no resultado do jogo.
Assistimos a um futebol onde constantemente se "sacode a agua do capote". Futebol esse, onde se explicam derrotas com um lançar de suspeitas e críticas a tudo e mais alguma coisa.
Termos um Homem capaz de admitir a superioridade do adversário não deveria ser algo para destaque, mas infelizmente em Portugal é um grande destaque, face á raridade deste tipo de nobres actos.
Por fim, temos um terceiro aspecto positivo: o Benfica na Champions League
Numa análise fria, todos concordamos que o Benfica partiu para esta época desportiva com um plantel desequilibrado e com carências em vários níveis. Penso que todo este desequilíbrio só não foi mais discutido e visível face ao facto do Benfica ostentar o símbolo de campeão nacional.
Como prova de todo este desequilíbrio, temos o campeonato muito irregular dos encarnados.
Nada faria prever uma Champions League de grande nível.
No entanto, isso aconteceu!
Na Champions o Benfica adoptou uma postura diferente. Koeman conhecedor das limitações do plantel encarnado, respeitou os adversários e adoptou uma postura defensiva e pragmática como forma de alcançar o sucesso.
Muito se especulou acerca da forma como o Benfica se apresentou em Lille, mas a verdade é que ponto a ponto o Benfica conseguiu passar o grupo, deixando para trás o Manchester United, um colosso europeu.
Seguiu-se os jogos a eliminar, e mais uma vez o Benfica surpreendeu pelo realismo e pela forma como abordou o jogo, pois nunca se deixou atacar pela arrogância que por vezes está na causa das derrotas, admitindo as suas fraquezas e a sua inferioridade para a partir daí reunir forças para com as poucas soluções de qualidade disponíveis se bater de forma “corajosa” com o ainda campeão europeu Liverpool.
É certo que a “estrelinha” esteve com os encarnados da Luz, mas a verdade é que bateram o pé ao “papa taças” Benitez, saindo de Anfield Road com uma vitória surpreendente.
Seguiram-se os quartos de final, e quis a sorte ditar que o adversário seria o todo poderoso Barcelona.
Neste duelo, a superioridade do Barcelona foi muito, muito evidente, e o Benfica conseguiu apenas ir evitando o inevitável.
A qualidade individual e até colectiva do Barcelona acabou por fazer a diferença.
De qualquer das formas o Benfica caiu de pé, e acabou por surpreender o mundo futebolístico com uma campanha não história, como se foi apregoando, mas sim com uma campanha de realismo e de grande qualidade.
Numa análise fria, todos concordamos que o Benfica partiu para esta época desportiva com um plantel desequilibrado e com carências em vários níveis. Penso que todo este desequilíbrio só não foi mais discutido e visível face ao facto do Benfica ostentar o símbolo de campeão nacional.
Como prova de todo este desequilíbrio, temos o campeonato muito irregular dos encarnados.
Nada faria prever uma Champions League de grande nível.
No entanto, isso aconteceu!
Na Champions o Benfica adoptou uma postura diferente. Koeman conhecedor das limitações do plantel encarnado, respeitou os adversários e adoptou uma postura defensiva e pragmática como forma de alcançar o sucesso.
Muito se especulou acerca da forma como o Benfica se apresentou em Lille, mas a verdade é que ponto a ponto o Benfica conseguiu passar o grupo, deixando para trás o Manchester United, um colosso europeu.
Seguiu-se os jogos a eliminar, e mais uma vez o Benfica surpreendeu pelo realismo e pela forma como abordou o jogo, pois nunca se deixou atacar pela arrogância que por vezes está na causa das derrotas, admitindo as suas fraquezas e a sua inferioridade para a partir daí reunir forças para com as poucas soluções de qualidade disponíveis se bater de forma “corajosa” com o ainda campeão europeu Liverpool.
É certo que a “estrelinha” esteve com os encarnados da Luz, mas a verdade é que bateram o pé ao “papa taças” Benitez, saindo de Anfield Road com uma vitória surpreendente.
Seguiram-se os quartos de final, e quis a sorte ditar que o adversário seria o todo poderoso Barcelona.
Neste duelo, a superioridade do Barcelona foi muito, muito evidente, e o Benfica conseguiu apenas ir evitando o inevitável.
A qualidade individual e até colectiva do Barcelona acabou por fazer a diferença.
De qualquer das formas o Benfica caiu de pé, e acabou por surpreender o mundo futebolístico com uma campanha não história, como se foi apregoando, mas sim com uma campanha de realismo e de grande qualidade.
Síntese da semana
Em Portugal o campeonato está praticamente definido, e depois da tempestade veio a bonança para Adriaanse.
Mas apesar do campeão estar praticamente definido, a emoção continua a pairar no campeonato português pois várias equipas estão inseridas na luta para evitar a despromoção, e por outro lado, Nacional e Boavista travam uma acesa luta pelo lugar de acesso ás competições Europeias.
La por fora tudo na mesma. Maniche deu uma péssima imagem de si ao ser expulso aos 16 minutos de jogo após uma agressão a um adversário, mas o Chelsea mesmo em desvantagem no marcador e a jogar com 10, efectuou um jogo tremendo virando o resultado para uns esclarecedores 4-1.
Que grande prova de personalidade e de qualidade, da equipa de José Mourinho!
Até para a semana!
Sem comentários:
Enviar um comentário