sexta-feira, junho 02, 2006
Grupo B: Inglaterra
A selecção de Inglaterra é uma das eternas candidatas a chegar longe em grandes competições tais sejam Europeus ou Mundiais. A vida, porém, não tem corrido muito bem aos ingleses nos últimos anos e desde 1966, o Mundial que deu a conhecer ao mundo o “nosso” Eusébio, que Inglaterra não chega a uma final. Os britânicos têm aqui mais uma boa oportunidade para voltar a demonstrar que devem continuar a serem tidos em conta e há alguns anos que não tinham um conjuntos tão forte. Uma defesa forte com Terry, Campbell, Rio Ferdinand ou Ashley Cole não deve ser menosprezada e um meio-campo cheio de pulmão e velocidade onde figuram Gerrard e Lampard, os dois melhores médios box-to-box do planeta, é absolutamente fantástico. Os fortes extremos Joe Cole (o fantasista da equipa) e Beckham com cruzamentos milimétricos; e ainda o jovem irreverente Wayne Rooney, do Manchester United, com apenas 19 anos de idade (apesar de ainda estar em dúvida) prometem dar muitas alegrias aos adeptos do país que viu nascer aquela que é hoje a mais praticada e conhecida modalidade em todo o globo.
Os 23 convocados de Inglaterra para o Mundial 2006 são:
Guarda-redes
Paul Robinson (Tottenham-Inglaterra/26 anos)
David James (M.City-Inglaterra/35 anos)
Robert Green (Norwich-Inglaterra/26 anos)
Defesas
Gary Neville (M.United-Inglaterra/31 anos)
Rio Ferdinand (M.United-Inglaterra/27 anos)
John Terry (Chelsea-Inglaterra/25 anos)
Ashley Cole (Arsenal-Inglaterra/25 anos)
Sol Campbell (Arsenal-Inglaterra/31 anos)
Jamie Carragher (Liverpool-Inglaterra/28 anos)
Wayne Bridge (Fulham-Inglaterra/25 anos)
Médios
David Beckham (R.Madrid-Espanha/31 anos)
Michael Carrick (Tottenham-Inglaterra/25 anos)
Frank Lampard (Chelsea-Inglaterra/28 anos)
Steven Gerrard (Liverpool-Inglaterra/26 anos)
Owen Hargreaves (B.Munique-Alemanha/25 anos)
Jermain Jenas (Newcastle-Inglaterra/23 anos)
Stewart Downing (Middlesbrough-Inglaterra/22 anos)
Joe Cole (Chelsea-Inglaterra/24 anos)
Aaron Lennon (Tottenham-Inglaterra/19 anos)
Avançados
Wayne Rooney (M.United-Inglaterra/20 anos)
Michael Owen (Newcastle-Inglaterra/26 anos)
Peter Crouch (Liverpool-Inglaterra/25 anos)
Theo Walcott (Arsenal-Inglaterra/17 anos)
A escolha foi muito difícil porque há 3/4 jogadores que merecem ser considerados a estrela da selecção, mas Frank Lampard, talvez por ser o meu jogador favorito, foi a minha escolha. Um jogador completíssimo: força, resistência, passe curto, passe longo, posicionamento, remate, bolas paradas, capacidade de recuperação, visão de jogo, tudo! Lampard é único, é, juntamente com Gerrard, o barómetro da selecção inglesa, é quem pauta, quem distribui, quem recupera, quem tem um pulmão inesgotável que lhe permite efectuar todas as tarefas sejam elas ofensivas ou defensivas. Um ídolo do Chelsea desde a chegada de Mourinho, um ídolo da selecção e, para mim, um ídolo do futebol.
Outros Bons Jogadores
Steven Gerrard é um jogador soberbo e bastante semelhante a Frank Lampard. Talvez remate ligeiramente melhor e bata melhor os livres. Gerrard é o carregador de pianos do Liverpool, foi que levou o clube à conquista de uma Liga dos Campeões, é um lutador, e consegue, só com Lampard, segurar todo um meio-campo. É notável a capacidade que estes dois têm para destruir, construir, enfim… fazer tudo.
John Terry, como já tive oportunidade de dizer, é para mim o melhor central do universo. Sol Campbell e Rio Ferdinand não são propriamente dois jogadores medíocres, são também eles dos melhores centrais a nível mundial, mas Terry merece de caras um lugar no onze de Eriksson. Qualquer dos três o merece, mas só dois poderão jogar de início, o que poderá ser uma tremenda injustiça para qualquer um deles. Espero, contudo, que Terry jogue. Merece. É magnífico. Em tudo o que um defesa tem que fazer: desarme, antecipação, velocidade, jogo aéreo e terreno, capacidade de liderança… dizem que está encontrado o novo capitão britânico. A ver vamos…
Wayne Rooney, 20 anos. Um longo, muito longo caminho pela frente. Uma carreira recheada de títulos e distinções. Está em dúvida para o Mundial. Nestes casos costuma dizer-se que esta era a última oportunidade, que no próximo já está velho ma no Mundial 2010, Rooney terá… 24 anos. E em 2014 terá 28. E mesmo com 32 anos, no Mundial 2018 Rooney poderá jogar. Não é, por isso, um mal tão grande para o jogador como se pode pensar. Claro que é muito mau perder um Mundial, claro que é! mas não tanto como pode ser levado a crer. Pior só mesmo para a selecção que, sem a irreverência, poder de choque e explosão, remate fácil, finta, genialidade de Rooney se vê muito carenciada no último terço de campo. A Inglaterra joga sempre em 4-4-2 e sem Rooney o ataque será entregue a Peter Crouch e Owen, tendo apenas Walcott, de 17 anos, no banco de suplentes. Poderá a equipa inglesa vir a ressentir-se disso? Certamente. Rooney é, aos 20 aninhos, uma peça chave numa das maiores selecções do mundo. Se jogar, vai fazer a já tradicional dupla atacante com Owen, do Newcastle, uma das mais temíveis duplas deste Mundial 2006. Acredito que o “menino de ouro” do Manchester United virá a ser, se é que já não é, um dos melhores avançados do planeta. Ele e Cristiano Ronaldo vão, penso, marcar toda uma geração dos reds e entrar para a história do clube.
Estabelecer uma meta concreta para uma equipa como a inglesa é muito complicado. Creio que, se tudo correr dentro da normalidade, a Inglaterra vai passar a fase de grupos com maior ou menor dificuldade. Passando esta fase, e partindo do pressuposto de que fica em primeiro no grupo, terá que jogar contra o segundo classificado do grupo A, que é constituído pelo país organizador, a Alemanha; o Equador; a Polónia e a Costa Rica. Teoricamente a Alemanha obterá o primeiro lugar e a Polónia o segundo. Na fase de qualificação, a Polónia ficou no mesmo grupo da Inglaterra e fez a vida negra aos britânicos, por isso há sempre algumas reservas quanto ao resultado, mas teoricamente a Inglaterra venceria os polacos. Passando aos quartos-de-final, defrontaria o primeiro do grupo D, que pode ser Portugal ou o segundo do grupo C, o “grupo da morte” constituído por Argentina, Holanda, Costa do Marfim e Sérvia e Montenegro. Aqui as coisas já se complicam e pode concluir-se que perder frente a Portugal, Holanda ou Argentina não seria um desastre. Mas prossigamos. A Inglaterra teria disputar um jogo complicadíssimo. Senão vejamos, o Brasil deve ficar sem grandes dificuldades no primeiro posto do Grupo F, logo disputaria os oitavos de final com o segundo classificado do grupo E, onde Itália ou Republica Checa deveriam ficar. Qualquer destes é desde já complicado, mas no Grupo H, a Espanha teoricamente deve vencer e defrontar o segundo classificado do grupo G, constituído por França, Coreia do Sul, Suiça e Togo. França deverá ganhar, logo Coreia ou Suiça disputarão os oitavos de final com Espanha. Assim, nas meias-finais, Inglaterra deveria jogar frente ao Brasil ou República Checa ou Itália ou então frente a França ou Coreia do Sul ou Suiça. É difícil fazer prognósticos, mas seguindo a teoria, o historial e o potencial de cada selecção, podemos constatar que as meias-finais podem estar ao alcance dos anglo-saxónicos, mas nem por isso deixa de ser tremendamente difícil lá chegar. Podemos concluir que Inglaterra deverá ambicionar chegar aos quartos-de-final ou até às meias-finais. São estes os objectivos da selecção de Lampard, Rooney, Gerrard, Terry, Ferdinand, Beckham, Owen e Eriksson.
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