quinta-feira, novembro 02, 2006

Champions League: Benfica Vs Celtic

Estádio: Estádio da Luz
Espectadores: 55.000
Árbitro: Kyros Vassaras (Grécia)

SL Benfica: Quim, Nelson, Luisão Ricardo Rocha e Léo, Petit, Katsouranis, Nuno Assis e Simão, Nuno Gomes e Miccoli
Treinador: Fernando Santos Jogaram ainda: Karyaka, Beto e Mantorras
Celtic de Glasgow: Boruc, Telfer, Caldwell, McManus e Naylor, Nakamura, Lennon, Sno e Maloney, Pearson e Miller
Treinador: Gordon Strachan Jogaram ainda: Zurawski e McGeady


Mais uma noite de gala do conjunto encarnado na Champions League. Com este triunfo o Benfica ainda pode sonhar com os oitavos de final.
Fernando Santos voltou ao losango e venceu. Desta vez não apresentou um 4x4x2 tão linear como aquele que apresentou no Dragão e as coisas saíram tão bem como era de esperar. Nuno Assis voltou ao onze, assim como Miccoli, pois estes dois jogadores têm sido essenciais na recuperação do conjunto encarnado. A defesa não sofreu as habituais alterações, o que ajuda também a estabilizar o sector, por muito que custe a Anderson e Alcides ficarem de fora.
A primeira missão do Benfica era marcar golos. O ideal seria mesmo que tivessem ganho por 4-0, pois assim teriam vantagem sobre o conjunto católico em caso de empate pontual. Mas o resultado de ontem já deu uma grande ajuda e demonstrou que os encarnados, afinal, também marcam golos.

O Benfica entrou mais pressionante, como lhe competia. O Celtic por seu turno, tentou dar a iniciativa de jogo ao adversário, pois o empate servia-lhes.
Aos 10' de jogo o central Caldwell acabou por dar um pouco mais. Numa jogada de insistência do conjunto encarnado, Nelson vê que Nuno Gomes está na área e centra a bola e aí, o central da equipa visitante, tentou a todo custo que o esférico não chegasse ao avançado benfiquista e na tentativa do corte acabou por introduzir a bola na própria baliza. Estava aberto o marcador e numa altura crucial para as aspirações encarnadas, pois um golo cedo poderia abrir o jogo e gerar mais situações perigosas para a baliza de Boruc.
A partir deste momento o Benfica começou a tomar conta das operações, ainda que nem sempre as coisas saissem muito bem. O pesadelo de Caldwell haveria de continuar. Ao minuto 22, numa bola longa de Quim, o defesa central é apanhado numa situação carícata, pois a bola embate-lhe na cara, o que isola Nuno Gomes, que a saída de Boruc faz o 2-0. Era o delírio nas bancadas da Luz, muito bem compostas e com os 10 mil escoceses incrédulos com o que estava a acontecer. O espírito de amizade e festa que envolveu este jogo, contagiou o central que deu duas prendas ao conjunto liderado por Fernando Santos.
O Celtic ainda conseguiu esboçar uma reacção no fim do primeiro tempo, mas seria insuficiente para perturbar a baliza de Quim. Já perto do intervalo Miccoli rematou de longe, mas a bola saiu perto da trave da baliza escocesa.
O intervalo chega e mostrava um Benfica eficaz: em três tentativas de remate à baliza, um deu golo.
As equipas voltaram dos balneários iguais e o jogo foi practicamente o mesmo. Talvez atarantados com tanto erro defensivo, os jogadores do Celtic não foram tão incisivos no ataque, como tinham sido em casa. A jogada mais perigosa dos visitantes aconteceu ao minuto 66 e poderia ter dado o golo que talvez mexê-se com o jogo até aí praticado pelos escoceses. Lance de confusão na area encarnada, após um lancamento comprido, com a bola a saltitar e a acabar por bater na trave da baliza de Quim.
Fernando Santos percebeu que esta situação poderia trazer o Celtic para o jogo novamente e estragar o s planos e fez logo uma alteração que viria a ser fundamental. Miccoli foi substituido por Karyaka, o que para muitos foi uma substituição algo conservadora, mas o certo é que o meio campo encarnado saiu reforçado e volvidos poucos minutos o russo sentenciou o jogo, após a jogada de ataque mais bonita de toda a partida. Triangulações sucessivas entre Katsouranis, Petit, Simão e Nelson, que terminou com o cruzamento do último para a cabeça da área, onde apareceu então Karyaka, a rematar seco para o fundo das redes de Boruc. Faltava um quarto de hora para o fim da partida e o Benfica tinha ainda tempo para apontar mais um golo que desse a volta ao marcador e a vantagem aos portugueses no confronto directo.
Tal não veio a acontecer e foi o Celtic quem teve hipóteses de reduzir a diferença, já mesmo perto do fim da partida, num livre apontado pelo japonês Nakamura, ao qual Quim correspondeu com excelente defesa.
Pouco depois o jogo chegava ao fim, com os adeptos do Benfica em delírio e com os a do Celtic a cantarem e a apoiarem a sua equipa mesmo depois de uma exibição desastrosa do sector defensivo.

Após trinta anos as duas equipas voltam a acabar empatadas a três golos, no entanto desta vez não há moeda ao ar. O desempate será efectuado através dos dois jogos que ainda faltam fazer neste grupo, mas ficou bem claro que os encarnados ainda podem pensar no apuramento para a fase seguinte da competição.

Melhor em Campo
Simão. Novamente na posição de 10, embora não o seja. Mas também não é por isso que deixa de fazer o seu trabalho. Sempre bem a jogar ao primeiro toque, impulsionou a equipa para a frente. Em dia de aniversário só lhe faltou coroar a boa exibição com um golo.

Positivo do Jogo
* O Benfica voltou a marcar golos. São três golos que podem decidir muita coisa nas contas finais. O índice de concretização do campeonato, transpareceu para este jogo, onde de facto era importante marcar muitos golos.
* O ambiente no estádio. 55 mil pessoas em pleno ambiente de festa. A homenagem dos adeptos do Celtic foi fantástica e deixa uma imagem bastante positiva do público escocês. Dou-lhes também os parabéns, pois saíram vergados ao peso de uma derrota, que talvez fosse inesperada, com vários erros defensivos que terminaram em golos, mas não foi por isso que deixaram de puxar pela equipa já quando tudo estava decidido a favor do Benfica.

Negativo do jogo
Não tenho nada a apontar de negativo.

Árbitro
O juíz grego esteve particularmente mal em várias situações. Primeiro porque deveria ter expulso o jogador do Celtic, Sno. Depois, porque raramente deixava jogar, cortando todos os lances à primeira. Por último esteve mal auxiliado em alguns lances. Num jogo sem casos, pedia-se uma arbitragem melhor.

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