quinta-feira, novembro 02, 2006

Champions League: Hamburgo - FC Porto

Local: Hamburgo
Estádio: AOL Arena
Assistência: 51.000 Espectadores (Lotação Esgotada)
Árbitro: Laurent Duhamel (França)

O FC Porto tinha nesta deslocação a Hamburgo um jogo praticamente decisivo, e só a vitória interessava. Depois de um ciclo bastante difícil com jogos frente a Hamburgo, Sporting e Benfica onde o Porto conseguiu alcançar plenamento os seus objectivos, faltava um novo triunfo face ao Hamburgo para que a jovem equipa do FC Porto deixasse bem patente a sua qualidade e o brilhante futuro que os espera.

Jesualdo Ferreira optou por preencher o vazio de genialidade provocado pela grave lesão de Anderson, lançando Raul Meireles no onze. Tem sido uma opção bastante discutível, mas a verdade é que nesta partida Meireles apareceu com uma dinâmica mais ofensiva o que se traduziu numa maior segurança e eficácia nas transições ofensivas, mas também uma equipa mais posicional e coesa nas transições defensivas.
De qualquer forma, a surpresa foi, não a inclusão do “castigado” Bosingwa na lateral direita, mas sim a transferência de Fucile para a lateral esquerda, relegando Cech para o banco. Decisão surpreendente face á primeira boa exibição de Cech nesta temporada, rubricada frente ao Benfica.

O FC Porto entrou pressionante, com Quaresma (esteve realmente fantástico quer a nível individual quer a nível colectivo), Postiga e Lisandro a pressionarem á saída da área adversária, com os laterais Portistas a pressionarem mais á frente, compensados por uma colocação de Assunção mais perto dos centrais. Meireles e Lucho pouco espaço deram no meio campo.
O Porto demonstrava ter um bloco coeso e bastante articulado nos processos defensivos, mas denotou alguma falta de agressividade na hora de finalizar.
Por outro lado, o Hamburgo entrou nervoso, falhando inúmeros passes e não conseguindo sair de forma eficaz para o ataque. Bosingwa foi uma autêntica parede na direita e como tal a fantasia de Sorín nunca se viu.
Postiga e Raul Meireles lançaram os primeiros sinais de aviso ao guadião do Hamburgo, contudo o caudal ofensivo do Porto parecia pouco para tanto domínio territorial. A verdade é que o Hamburgo atacava pouco mas com perigo e Sanogo foi sempre uma dôr de cabeça para os centrais do Porto, que, não obstante, realizaram uma exibição seguríssima.
Com o passar dos minutos, o jogo foi-se equilibrando, até aos 42' da partida. Lucho num remate tecnicamente perfeito fez um dos melhores golos da Champions até ao momento. O domínio do jogo por parte dos Portistas saia recompensado para o intervalo, o que permitiu encarar a 2ª parte com grande tranquilidade.

Na 2ª parte assistiu-se a uma reacção inicial natural por parte dos Alemães, mas o seu motor – Van der Vaart parecia estar a passar ao lado do jogo.
E é neste contexto e numa altura em que o Porto voltava a mandar no jogo, que Quaresma num lance algo feliz consegue servir da melhor forma Lisandro que numa diagonal interior muito rápida e inteligente surpreende o frágil lateral esquerdo Atouba e aumenta o «score» para os Dragões. Noite de tango argentino na Arena de Hamburgo.
O Jogo parecia completamente controlado, mas subitamente num golo contra a corrente do jogo por Van der Vaart, de cabeça (?!), a inexperiencia e juventude da equipa Portista veio ao de cima, o que provocou alguma tremideira nos azuis e brancos, o poste e Helton evitaram males maiores.

Jesualdo sentiu a necessidade de refrescar o ataque, fazendo entrar Bruno Moraes e Jorginho, uma dupla com grandes rotinas que já vêm da sua passagem por Setúbal.
Num lance de killer instinct, Bruno Moraes atira de forma espectacular para a baliza conseguindo o terceiro para o Porto, matando dessa forma a réstiade esperança alemã.
O Porto sai de Hamburgo com mais 3 pontos, com a qualificação no horizonte e com uma exibição bastante agradável rubricada. A Uefa está garantida!

Melhor em campo
El “gitano” Quaresma. O Harry Potter azul e branco está de volta á forma que revelou a epoca passada. Fantasticos dribles, bons remates e um maior sentido colectivo. Quaresma é um jogador fabuloso e será sem dúvida alguma um dos grandes jogadores do Futebol Internacional.


Arbitragem
A arbitragem foi bastante positiva, num jogo fácil de controlar e sem casos.
Está de parabens o arbitro e de parabens a atitude fantástica dos jogadores de uma e outra equipa.

Notas positivas
- O FC Porto termina um ciclo infernal imaculado e perto da nota máxima
- Postiga, Lisandro e Quaresma. O entendimento é cada vez maior, a imprevisibilidade das suas jogadas é uma constante e o pressing alto começa a surgir muito devido ao pulmão e raça destes atletas.
- Depois do calvário, Bruno Moraes está de volta e em grande forma, dando razão a todos os adeptos que o catalogaram como um dos grandes “reforços” do FC Porto para esta epoca.
- Vitor Baia. É um líder e uma grande figura. Remetido para o banco de suplentes, tem demonstrado um amor ao clube e uma humildade extrema, na forma como lidera a equipa desde o banco. Jesualdo já entendeu a importância de Baía no banco e o dialogo entre os dois é constante.

Notas negativas
- O azar do FC Porto frente ao CSKA em casa complica a passagem de grupo, que neste momento poderia estar quase assegurada.
- O Hamburgo é uma equipa amorfa e nervosa. Thomas Doll sabe-o e a sua passividade no banco demonstra bem o espírito que reina no clube alemão.
- A desinspiração goleadora de Postiga. Face aos golos que vem marcando, foi uma pena ver Postiga falhar golos que pareciam certos. Esta em grande forma, luta muito, mas terá que melhorar ainda mais o seu killer instinct.

É obrigatório pontuar na Rússia, para ter, posteriormente, uma autêntica final frente aos ingleses do Arsenal. Estarão de regresso ao Dragão as frequentes e empolgantes noites de decisão Europeia com que o clube tem vindo a brindar o seu público nos ultimos anos?

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