quarta-feira, novembro 01, 2006

Jogador Atacante da Semana: Fredrik Ljungberg

Nome: Karl Fredrik Ljungberg
Data de Nascimento: 16/04/1977 (29 anos)
Clube: Arsenal
Nº da Camisola: 8
Posição: Extremo/Médio Ofensivo
Altura: 1,76 metros
Peso: 75 kg
Naturalidade: Vittsio – Suécia

Palmarés:
  • 1 Campeonato Sueco (1997)
  • 1 Taça da Suécia (1995)
  • 1 Community Shield (1999)
  • 2 Campeonatos Ingleses (2002 e 2004)
  • 3 Taças da Liga (2002, 2003 e 2005)
  • 1 Guldbollen [melhor jogador da Suécia) (2002)
  • 1 Prémio de Melhor Médio do Campeonato Sueco (1998)
Ljungberg é, além do “sex-symbol” em que se tornou, um bom jogador de futebol. O facto de ser tão adorado pelas raparigas e mulheres, a posição em que joga, o campeonato que o tornou famoso são alguns pontos em comum com o milionário David Beckham. São, no entanto, jogadores diferentes. Ljungberg tem como ponto mais forte a sua capacidade de explosão, de arranque, de aceleração, o que, quando se junta a uma razoável capacidade técnica e de drible, cria uma mescla muito boa. Apesar de ser extremo, encontramos neste sueco uma grande capacidade finalizadora e uma capacidade física talvez mais característica dos pontas-de-lança. Ljungberg tem ainda como pontos favoráveis o cruzamento e a capacidade de desmarcação. É um jogador resistente, com excelente velocidade. Remata relativamente bem de longe, o que é muito útil aquando do fim das diagonais, nas quais o extremo é também perito. Demonstra muito índice de trabalho, muita humildade, muita determinação, que talvez sejam o que o distingue do já anteriormente referido Beckham que parece preocupar-se mais com a sua imagem, com a publicidade e a moda. Ljungberg consegue, ou pelo menos é essa a imagem que me passa e que me parece verdadeira, abstrair-se da sua condição social e ser futebolista de corpo e alma. Não é nenhum fora-de-série, na minha opinião, mas é um jogador muito útil a qualquer equipa, capaz, um extremo com relativa importância no Arsenal e muita importância na sua selecção nacional, que capitaneia. Não é nada egoísta dentro do campo, bem pelo contrário, é um médio ala com bastante sentido colectivo e que consegue, também por isso, jogar em posições ligeiramente diferentes do original extremo, nomeadamente numa posição mais central. Pode jogar no corredor esquerdo e no direito. Um humilde jogador, um dos melhores da Suécia da actualidade e um membro sempre importante em qualquer formação do mundo. A caminho dos 30, Ljungberg já não tem nada a provar, já todos sabemos da sua grande determinação e entrega dentro do campo, da sua capacidade explosiva e de velocidade e dos seus cruzamentos grandiosos.

Começou como jogador de hóquei no gelo e de andebol e chegou mesmo a ir às selecções nacionais nestas modalidades. Foi, porém, no futebol que singrou e se tornou profissional. Entrou no Halmstads com cinco anos e foi no clube sueco que fez todo o seu percurso nas camadas jovens até chegar aos seniores e se estrear, com 17 anos. Tendo como referência o brasileiro Sócrates, em 1994 Ljungberg jogou somente uma partida, a primeira, numa época em que a formação de “Ljungan” venceu a Taça da Suécia. Na temporada seguinte começou a despontar o grande futebolista que hoje se conhece e a parada subiu para 16 jogos no campeonato (marcou inclusivamente um golo) e 4 na Taça das Taças. 1996 foi um ano também importante para ele pois, apesar de não ter havido uma participação nas competições da UEFA, este impôs-se definitivamente alcançando 2 golos em 20 jogos na Allsvenskan. Na sua última época ao serviço do eterno clube do seu coração, o centro campista ajudou e de que maneira o clube a tornar-se pela terceira vez na sua história campeão nacional de futebol: em 1997, além dos dois jogos na Taça UEFA onde o Halmstads foi eliminado na primeira ronda pelo Newcastle (o que possivelmente atraiu interessados provenientes do Reino Unido), o jovem futebolista jogou no campeonato por 24 ocasiões e tendo feito o gosto ao pé 5 vezes. Além do triunfo colectivo, Ljungberg teve um “presente” especial: foi convocado pela primeira vez para representar o seu país. Depois de ser presença mais do que assídua na Suécia sub-21, a porta para a formação AA abriu-se e o ambicioso jogador nórdico não desperdiçou a oportunidade e desde então começou a ser chamado com imensa regularidade, contando actualmente com a braçadeira de capitão e 64 jogos com a camisola amarela. Depois de um ano tão importante, tanto a nível colectivo como individual, onde ganhou também o prémio de melhor médio do ano no campeonato sueco, o técnico francês Ársene Wenger, perito em encontrar grandes jovens jogadores, decidiu trazê-lo para Inglaterra para representar a Arsenal, mesmo sem nunca o ter visto a jogar ao vivo. Chega em 1998/99 e a “prémiere” é frente ao Manchester United. O jovem sueco, menos de 5 minutos depois de entrar em campo e fazer a sua estreia, marca um golo. Nessa época não viria a marcar mais golos mas ainda assim jogou mais 15 jogos com a camisola do Arsenal. O Arsenal ganhou a Community Shield. Em 1999/00, o Jogador Atacante da Semana já era pedra fulcral no meio-campo/ataque dos “gunners”, tanto que fez 26 jogos para o campeonato e mais 3 na Taça e 14 na Europa, num total de 43 jogos. Nas 3 competições marcou 8 golos. Na Premier League ficaram na segunda posição e na Liga dos Campeões, que nesta altura se jogava com duas fases de grupos, ficaram pelo caminho na 1ª Fase de Grupos, ficando no 3º lugar, a seguir ao Barcelona e à Fiorentina, mas à frente do AIK da Suécia (país natal de Ljungberg). Avizinhava-se então a primeira grande competição a nível de selecções para “Freddie”: o Euro 2000. Aqui, a Suécia conseguiu a proeza de ficar em último lugar do grupo B, onde figuravam equipas como a Itália, a Turquia e os anfitriões belgas. O único ponto foi alcançado no segundo jogo da equipa com um nulo diante dos antigos Otomanos. Frente à Itália e à Bélgica perderam por 2-1. Apesar do insucesso a nível de selecção, Ljungberg impôs-se ainda mais no Arsenal – em 2000/01, um total de 48 jogos (30 no campeonato, 5 na Taça e 13 na Liga dos Campeões). Depois de ganhar na 1ª Fase de Grupos no mesmo grupo que a Lazio, o Shakhtar Donetsk e o Sparta de Praga, qualificou-se na 2ª Fase de Grupos na segunda posição a seguir aos alemães do Bayern, deixando de fora Lyon e Spartak de Moscovo. Contra o Valência (vice-campeão europeu nesse ano) perderam pela vantagem de golos no fora. No campeonato mantiveram a posição do ano transacto, com o 2º posto logo atrás do Manchester United. Em 2001/02 o Arsenal conseguiu assumir-se definitivamente e chegou à dobradinha: o campeonato ganho e a Taça de Inglaterra. O registo de Ljungberg foi: 25 jogos no campeonato com 12 (!) golos marcados, 5 na Taça (1 golo) e 2 golos em 13 jogos na Europa. No campeonato, a margem para o 2º, o Livepool, foi de 7 pontos, a Taça foi vencida frente ao Chelsea. Na Champions, ficou em 2º no grupo C do Panathinaikos (1º), Maiorca (3º) e Shalke 04 (4º). Na segunda fase, Bayern Leverkusen e Desportivo da Corunha foram demasiado fortes para os favoritos: tanto o Arsenal como a Juventus. Ljungberg jogou em 2002 o primeiro Mundial da sua carreira, o Mundial 2002. O primeiro jogo foi contra Inglaterra, 1-1 no final, golo de Alexandersson. O segundo jogo foi vencido pelos nórdicos, 2-1 contra a Nigéria com um bis de Larsson. Aqui, Ljungberg lesionou-se e foi impedido de continuar a jogar no Mundial. O terceiro jogo ditaria a passagem de Inglaterra e Suécia: a Suécia empatou a uma bola com a Argentina deixando os sul americanos de fora. O golo foi de Svensson. A equipa sensação desse mundial, o Senegal, eliminou-os nos oitavos-de-final com um 1-2 alcançado já no prolongamento com golo de ouro. O golo de Larsson para os europeus foi insuficiente. Ljungberg foi premiado como o melhor jogador sueco do ano, uma grande distinção. 2002/03 foi, exceptuando a primeira em que só jogou um jogo, a época em que fez menos jogos com a camisola vermelha e branca, não só no campeonato como no total das competições. 32 jogos e 9 golos divididos por 20 no campeonato (6 golos) , 4 na Taça (1 golo) e 8 nas competições da UEFA (2 golos). O Arsenal voltou a ocupar o 2º lugar da tabela classificativa do campeonato, ganhou novamente a Taça de Inglaterra e na Liga dos Campeões ganhou o grupo A na 1ª Fase de Grupos com Borrussia de Dortmund, Auxerre e PSV Eindhoven. Na segunda fase de grupos, Valência e Ajax seguiram em frente deixando de fora Arsenal e AS Roma. Em 2003/04 voltaram a ser campeões, deixando o Chelsea a 11 pontos de distância. Na Liga dos Campeões, a primeira onde não houve duas fases de grupos, voltaram a ganhar o grupo, com Lokomotiv a conseguir um surpreendente 2º posto e o Inter e o Dínamo de Kiev a ficaram de fora. Nos oitavos-de-final superiorizaram-se e de que maneira ao Celta de Vigo, batendo-os por 5-2 no agregado. Nos quartos-de-final os outros ingleses, do Chelsea, ganharam-lhes por 3-2 no conjunto das duas mãos. O FCPorto venceria mais tarde a competição. Nesta época marcou 10 golos num total de 44 jogos nas comeptições em que participou. Foi ao Europeu 2004, cá em Portugal onde a Suécia chegou aos quartos-de-final. Ganharam a fase de grupos com uma estreia soberba: 5-0 à Bulgária com Ljungberg a marcar o primeiro de uma mão cheia de golos. 1-1 contra a Itália e 2-2 contra a Dinamarca ditaram o primeiro lugar no grupo (em igualdade pontual com os 2º e 3º classificados). Perderam nos penalties com a Holanda após um nulo no tempo regulamentar e prolongamento. Ljungberg foi titular em todos os jogos. Em 2004/05 voltaram a ganhar a Taça de Inglaterra e o 2º lugar seria a nova realidade no campeonato. A “era Chelsea” começou aqui e não parece estar para acabar. Na Liga dos Campeões ganharam o grupo contra o PSV, Panathinaikos e Rosenborg. O 3-2 conjunto nos oitavos-de-final contra os bávaros do Bayern ditou a saída da prova por parte do Arsenal. Na época passada ficaram na pior classificação dos últimos anos no campeonato, 4º, mas compensaram isso com uma ida à final da Liga dos Campeões. Ljungberg marcou uns míseros 2 golos no total de jogos, 37, em todas as competições. A caminhada rumo à quase conquista da Champions começou na fase de grupos: Ajax, Thun e Sparta de Praga foram as vítimas de uma excelente campanha europeia dos britânicos, que ganharam 5 jogos e empataram o último, a 0, com o Ajax. Nos oitavos de final eliminaram o Real Madrid com um 0-1 na primeira-mão e um 0-0 na segunda. Contra a Juventus voltaram a empatar a 0 na segunda mão, mas na primeira ganharam 2-0 e por isso passaram às meias-finais. A tradição mantinha-se e houve um 0-0 na segunda mão diante do Villareal depois do golo marcado sem resposta na primeira-mão. Na final, Sol Campbell marcou ainda na 1ª parte um bom golo e quando já todos esperavam a vitória dos ingleses, eis que Eto´o (quem mais?) empata a partida a um quarto de hora do fim. Cinco minutos depois é a vez de Belletti por fim à partida e marcar o 2º. A Taça foi para a Catalunha, com muita pena de Ljungberg e dos seus companheiros. O segundo mundial da carreira de “Freddie” aconteceu há meses. O Mundial da Alemanha foi razoável para a formação do Norte da Europa. Passaram a fase de grupos com relativa facilidade, na segunda posição atrás da Inglaterra. Um surpreendente 0-0 contra os estreantes de Trindad e Tobago no primeiro jogo ia deitando por terra as aspirações suecas mas Ljungberg aos 89 minutos do segundo jogo deu a vitória, importantíssima à Suécia contra o Paraguai: 1-0. Contra Inglaterra empataram a 2. O nosso homem de hoje foi titular em todos os jogos. Os anfitriões da Alemanha acabariam com o sonho azul e amarelo com dois golo de Podolski a decidir o resultado final 2-0 nos oitavos-de-final. O Arsenal de Ljungberg vai actualmente na 5ª posição do campeonato e na liderança do grupo na Liga dos Campeões onde se encontra também o FCPorto, apesar de Ljungberg não ter estado a ser muito utilizado devido a algumas lesões que o têm incomodado. Bom feriado a todos!

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